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12/04/2017

Polícia investiga assassinato de ator que encenaria a peça

Wellington Silva Realino, de 22 anos, foi morto a tiros. Imagens de segurança mostram uma motocicleta seguindo o rapaz momentos antes do crime.

Wellington Silva Realino, de 22 anos, foi morto a tiros
Wellington Silva Realino, de 22 anos, foi morto a tiros

A Polícia Civil tenta desvendar o assassinato de um ator que encenaria a peça "A Paixão de Cristo" em Passos (MG). O crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (11) e chocou a cidade. De acordo com a Polícia Militar, Wellinton Silva Realino, de 22 anos, e um amigo seguiam de motocicleta para o bairro Cohab 4, onde moravam, quando foram parados por outros dois homens, que também estavam de moto.


Câmeras do "Olho Vivo", sistema de monitoramento da Polícia Militar, instaladas na Praça da Matriz, registraram o momento em que a vítima pegou carona na motocicleta do amigo, quando saia do último ensaio da peça, por volta de 2 horas desta manhã. O vídeo ainda gravou outra moto, que parecia seguir a dupla.

"Nós conseguimos perceber que, desde o momento que ele saiu do local onde ele estava fazendo o ensaio, na região central, eles já estavam sendo seguidos pelos autores", disse o tenente da Polícia Militar, Thiago Salgado.


O jovem levou dois tiros nas costas e um na cabeça. A forma como ele foi morto levou a Polícia Civil a acreditar em execução. Para o delegado do caso, Marcos Pimenta, inicialmente, tudo aponta para um homicídio ainda sem motivo.


"Chocou a sociedade aqui de Passos. O indivíduo, a vítima, não possuía macros em seus antecedentes criminais, estava fazendo um teatro com o tema Paixão de Cristo e foi vítima impiedosa de um bárbaro homicídio. Agora a Polícia Civil de Passos vai fazer todos os esforços para elucidar mais esse crime", disse Pimenta.

Segundo familiares e amigos, Wellington era marceneiro, mas tinha o sonho de ser ator profissional. Nos últimos dois meses, ele saia do trabalho e ia até a Praça da Matriz, onde aconteciam os ensaios da peça. Seria a primeira peça que ele se apresentaria. A estreia seria na noite desta terça-feira, mas a apresentação foi cancelada após a morte do ator.


“Ele fazia amizade com todo mundo. Era um menino fofo, gentil. Ontem estava feliz e de repente acontece essa tragédia. Então eu acho que é uma vergonha para essa cidade”, contou a diretora da peça, Sandra Inês.


O avô do jovem ator disse que o neto era trabalhador e não tinha envolvimento com drogas. Segundo ele, todos estão inconformados com a crueldade do crime. “[Era] um menino que toda a família ama e os amigos amam, ai de repente acontece essa crueldade”, disse João de Fátima Realino, avô da vítima.

A família também alegou demora na liberação do corpo para o início do velório. Segundo a família, não havia medico legista no Instituto Médico Legal (IML) da cidade. Motivo de mais tristeza e dor para a avó. “Já faz 14 horas, nós não estamos aguentando mais. A gente precisa ver ele. É desesperador ficar aqui na casa esperando”, disse a Marli Santos, avó de Wellington.


O corpo do jovem só foi liberado no início desta noite. Sobre a falta de médicos legistas, a assessoria da Polícia Civil, em Belo Horizonte (MG), informou, por telefone para a produção do Jornal da EPTV 2ª edição, que, por se tratar de uma morte violenta, o tempo de atendimento de necropsia estava dentro da normalidade.


Já o delegado Marcos Pimenta disse ainda que a polícia já tem alguns suspeitos de cometer o crime, mas até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.


Em nota, a Prefeitura de Passos comunicou que em razão da morte do ator, a estreia do espetáculo "A Paixão de Cristo", agendada para esta terça-feira, foi adiada para esta quarta-feira (12). A prefeitura ainda diz no comunicado que "Todos estamos consternados com o ocorrido e desejamos que Deus conforte aos amigos e familiares nesse triste momento".

Via G1/Suldeminas

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