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30/03/2017

Greve dos professores continua e já atinge 49% das escolas do Sul de MG

A greve dos professores em Minas Gerais contra a reforma da previdência e pelo cumprimento do piso salarial no estado completou 15 dias nesta quinta-feira (30) e já atinge 44,06% das escolas da rede estadual de ensino, segundo a Secretaria Estadual de Educação. No Sul de Minas, são 74 instituições sem aula, a maioria na região de São Sebastião do Paraíso (MG), e outras 109 escolas estão parcialmente paralisadas, o que representa 49% da rede regional de ensino.

A greve começou no dia 15 de março e, de acordo com o sindicato da categoria, o Sindute, deve continuar até 28 de abril, segundo acordado em assembleia geral realizada na terça-feira (28) em Belo Horizonte (MG). Ainda conforme o sindicato, nesse período, reuniões devem continuar com o governo estadual para atender demandas específicas da categoria, além de mobilização junto a diversos órgãos como parte de um movimento nacional que tenta barrar a reforma da previdência,uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) feita pelo Governo Federal que prevê mudanças na aposentadoria , como a definição da idade mínima em 65 anos.

Movimento grevista, com foco principal na reforma da previdência, começou no dia 15 de março (Foto: Reprodução EPTV/Marcelo Rodrigues)
Movimento grevista, com foco principal na reforma da previdência, começou no dia 15 de março (Foto: Reprodução EPTV/Marcelo Rodrigues)

 

Dados da Secretaria Estadual da Educação apontam que, até o final da tarde desta quarta-feira (29), 111.334 estudantes do Sul de Minas foram afetados pela paralisação nas escolas e pelo menos 5.132 profissionais da educação estão fora da sala de aula na região.

Na região de Pouso Alegre (MG), que abrange 71 escolas estaduais em 30 municípios, 10 estão paralisadas e  outras 11 atendem parcialmente os estudantes. Na regional de Caxambu (MG), há 12 escolas em greve e seis com adesão parcial das 43 existentes nos 23 municípios.

Já na regional de Varginha (MG), das 122 escolas dos 28 municípios que abrange, 17 estão sem aulas, enquanto 40 estão parcialmente paralisadas. Na regional de Itajubá, com 21 cidades e 45 escolas, três estão em greve e cinco aderiram parcialmente. Na regional de São Sebastião do Paraíso (MG), com 40 escolas em 16 municípios, o movimento grevista atinge 30 instituições de ensino, das quais 22 estão com as aulas suspensas. Na região de Passos (MG), das 52 escolas em 16 municípios, sete estão paralisadas e em 23 a greve é parcial.

Em Pouso Alegre (MG), há 10 escolas sem aulas e 562 educadores em greve (Foto: Reprodução EPTV/Edson de Oliveira)
Em Pouso Alegre (MG), há 10 escolas sem aulas e 562 educadores em greve (Foto: Reprodução EPTV/Edson de Oliveira)

 

Em nota, a secretaria informou que o Governo de Minas mantém negociação com os educadores no que se refere às questões envolvendo o estado. Confira a íntegra da nota:

"Vale destacar que a pauta principal do movimento dos trabalhadores da Educação é a Reforma da Previdência (PEC 287) proposta pelo Governo Federal, como já foi amplamente divulgado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais.

Em relação às pautas específicas na esfera estadual, o Governo de Minas Gerais está em negociação como os representantes dos trabalhadores e reitera que é de fundamental importância a valorização de todas as categorias da Educação. Por isso é importante destacar o esforço em cumprir os itens do Acordo firmado entre o governador Fernando Pimentel e os representantes dos trabalhadores em 2015.

Desde o início da gestão já foram nomeados 41.051 servidores, sendo que no dia 15/03 foi publicada uma nova lista com 1.500 professores. Também foram publicados 28.911 atos de aposentadoria dos servidores da Educação, outro item do acordo.

Com relação ao Pagamento do Piso Salarial Nacional Profissional, foi acordado um reajuste de 31,78%, a ser pago até 2018 em três parcelas sob a forma de abono e posteriormente incorporadas ao vencimento básico. Com isso, o vencimento atual pago para Professor com jornada de 24 horas semanais é R$ 1.620,62, acrescido dos dois abonos que já estão sendo pagos, totalizando R$ 1.982,54. Em agosto deste ano, haverá um novo abono, que será incorporado aos vencimentos em julho de 2018. Com essas incorporações, os professores receberão como vencimento R$ 2.135,64. O acordo do Governo Estadual com a categoria é que em julho de 2018 todos os professores, com carga horária de 24 horas semanais, tenham o valor como vencimento correspondente ao piso nacional (estabelecido para carga horária de 40 horas semanais).

Diante das limitações financeiras e das implicações jurídicas impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Governo de Minas Gerais está avaliando a forma de atingir o novo valor do Piso Nacional, reajustado em 7,64% pelo Ministério da Educação em janeiro de 2017, mas garante o cumprimento do acordo firmado.

 

As aulas perdidas em função da greve deverão ser devidamente repostas, em calendário a ser definido por cada escola em conjunto com o seu colegiado, de forma a garantir os dias letivos previstos em resolução."

Fonte; G1 Sul de Minas

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