A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) recuou para 12,6% no trimestre encerrado em agosto, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira. A taxa correspondeu exatamente às projeções de analistas consultados pela Bloomberg. Ao cair para 13,1 milhões de pessoas, o grupo de desempregados encolheu 4,8% ou menos 658 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Na comparação com igual trimestre do ano passado, quando havia 12 milhões de pessoas sem emprego, o grupo teve alta de 9,1% ou mais 1,1 milhão de pessoas a procura de uma vaga.
A população ocupada foi estimada em 91,1 milhões de pessoas, alta de 1,5% em relação aos três meses anteriores que servem como base de comparação (março, abril e maio) e de 1% ou 1 milhão de pessoas a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
O número de empregados com carteira assinada, 33,4 milhões, ficou estável na comparação com o trimestre anterior e caiu 2,2% ou menos 765 mil pessoas trabalhando protegidas pela CLT em relação ao mesmo trimestre no ano passado. O grupo dos sem carteira, estimado em 10,8 milhões de pessoas, cresceu 2,7% ou 286 mil pessoas na passagem de trimestre e teve alta de 5,4% ou 552 mil pessoas em um ano.
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, destacou que o arrefecimento da taxa de desemprego tem sido puxada pela contratação de empregados sem carteira e de funcionários públicos — este último grupo devido à troca de prefeitos na virada do ano, o que leva a contratação de novos funcionários pelas administrações municipais.
— Quase 60% das vagas geradas, das 1,4 milhão, são empregos informais. É uma característica de períodos pós-crise, como em 2008 e 2003 — diz Cimar.
O rendimento médio real habitual, estimado em R$ 2,105, ficou estável em relação ao trimestre anterior (R$ 2.116) e em relação a um ano antes (R$ 2.066). Na passagem entre trimestres, todas as atividades ficaram com o rendimento estável. Na comparação anual somente os empregados no setor privado e na agricultura viram seus salários crescerem, 3% e 9,4%, respectivamente. As demais atividades seguiram com os rendimentos estáveis.
A massa de rendimentos foi estimada em R$ 186.7 bilhões, estável nas duas comparações.
Nos três meses encerrados em maio, período que serve como base de comparação, a taxa ainda estava na casa de 13% (13,3%), maior patamar atingido desde o início da série histórica dessa pesquisa, que é de 2012. Há um ano, no entanto, o desemprego atingia uma parcela menor da força de trabalho do país: 11,8%.
Essa melhora no mercado de trabalho vai ao encontro do que mostram os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, que contabiliza o fluxo de empregos no mercado formal.
Em agosto, na onda de indicadores econômicos positivos, foram criados 35,4 mil empregos. Esse foi o quinto mês consecutivo de geração de vagas com carteira assinada. Em igual período do ano passado, foram fechados 33.953 postos de trabalho.
Via OGlobo