Um homem de 49 anos foi preso pela Polícia Militar ao ser parado em uma blitz de trânsito na manhã de ontem no bairro São Benedito, em Passos, e apresentar um Certificado de Licenciamento de Veículo Automotor (CRLV) falsificado ao policial. O suspeito, que é funcionário de uma panificadora no bairro da Penha, disse que estava apenas trabalhando e que o veículo, assim como o seu documento, pertenciam ao patrão dele.
O comerciante J.B.S., 56 anos, dono do automóvel – um furgão Fiat Fiorino, cor branca – também foi localizado e assumiu ter contratado um despachante da cidade para fraudar o documento. Ele foi ouvido na Delegacia da Polícia Civil e, como não estava em situação de flagrante, vai responder em liberdade pelos crimes de falsidade ideológica e falsificação de documento público. O motorista C.G.S., 49, foi liberado após ser constatado que ele não tinha qualquer responsabilidade sobre o ocorrido.
Segundo informou a PM, era por volta das 8h quando os militares iniciaram uma blitz de trânsito na rua Glória, no São Benedito, e o primeiro veículo a ser parado no local foi a Fiorino que pertence ao dono da padaria. Na ocasião seu condutor apresentou um CRLV exercício 2017. No entanto, ao consultar o sistema informatizado, o militar, que desconfiou da autenticidade do documento, constatou que o último licenciamento do veículo havia sido em 2010.
O furgão e o documento suspeito foram apreendidos para investigação, sendo aplicadas as multas cabíveis. C.G.S. recebeu voz de prisão e foi encaminhado à Depol para prestar esclarecimento.
Bloqueio Judicial
De acordo com o delegado Danilo Gustavo, que recebeu a ocorrência e instaurou inquérito para apurar o caso, o suspeito foi ouvido e confirmou que o carro pertencia ao comerciante, alegando que não tinha como saber de nada. J.B.S. também compareceu à delegacia e admitiu a fraude, dizendo que a Fiorino possui um bloqueio Judicial na cidade de Batatais (SP), devido a uma dívida não paga naquele município, o que lhe impedia de renovar o licenciamento anual desde 2010.
“O condutor não teve dolo nenhum. É um funcionário antigo da empresa e esse carro era fornecido para ele trabalhar. Assim como quem lhe passou o documento do veículo foi seu patrão”, explicou Danilo.
“O documento”
Ainda conforme o delegado, o documento apreendido com indícios de irregularidade foi encaminhado à perícia técnica para comprovação da fraude, que já foi assumida pelo comerciante.
“Foi uma falsificação bem feita. O espelho (papel) utilizado com certeza é verdadeiro. A gente ainda não sabe se eles conseguiram um espelho em branco para preencher com os dados fraudulentos ou se usaram alguma química para apagar e modificar apenas alguns números no papel. Isso ainda tem que ser apurado”, completou o responsável pela instauração do inquérito, dizendo que a fraude é quase que imperceptível.
Via Folhadamanha